Projeto de radier protendido no Sistema CAD/TQS para edifícios em parede de cocnreto

A necessidade urgente de implantação de políticas públicas para solucionar o déficit habitacional brasileiro notadamente para o seguimento de baixa renda, resultou na criação do programa minha casa minha vida largamente difundido pelo governo federal.

Estima-se que o Brasil precisará de cerca de 20 milhões de unidade habitacionais até 2020 (ANAEC). Com isso, novos desafios são impostos a empresas construtoras para produzir moradias em larga escala, com baixo custo, qualidade adequada e ciclo produtivo reduzido. Diante desse cenário, o sistema de parede de concreto moldada in loco vem se firmando como alternativa viável dessas premissas estabelecidas. Para tornar o processo ainda mais produtivo, o radier protendido com concreto auto-adensável, é uma excelente solução para as fundações dessas edificações.

Figura 1 – Perspectiva

Este tipo de solução, adotado em um de nosso projetos, no Residencial São Rafael I, II e II, em João Pessoa – PB,  teve o objetivo de dá celeridade ao processo construtivo, otimizando o ciclo de produção.

O radier protendido foi modelado no sistema CAD/TQS, como uma laje de base elástica apoiado no solo.  Para encontrar encontrar o coeficiente de mola vertical (kv) foi desenvolvido no Mathcad , uma rotina de cálculo, onde se utilizaram como parâmetros de entrada:

  • Malha para discretização da laje;
  • Módulo de deformação longitudinal do solo;
  • SPT;
  • Coeficiente de Poisson;
  • Coeficiente de forma.

Figura 2 – Cálculo do kv (mathcad)

Depois de todas as verificações e análises, chegou-se as plantas dos cabos e armadura passiva.

Figura 3 – Cabos de protensão

Figura 4 – Armadura passiva

Figura 5 – Elevações

Uma das principais características desse sistema, é o baixo consumo de material e mão-de-obra, o que faz dele um acelerador no processo construtivo. O projeto foi totalmente integrado com os outro subsistemas, principalemente com as instalações, onde foram concebidos na plataforma BIM.

Figura 6 – Modelo BIM da estrutura

Figura 7 – Execução da lajes protendida

Flávio Roberto

Engenheiro civil formado pela Universidade Federal da Paraíba, Mestrado Engenharia de Estrutura pela Universidade Federal da Pernambuco e em Tecnologia de Construção de Edifício pelo Instituto Federal de Ciência e Tecnologia da Paraíba, Pós Graduado em Estrutura de Concreto e Fundações pela Universidade da Cidade de São Paulo.

Compartilhe

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no telegram

entre para nossa lista VIP e receba conteúdos com exclusividade

Veja mais

Análise Dinâmica das Estruturas: Vento (parte 01)

O recente terremoto que atingiu a Síria e a Turquia, causando um grande número de mortes, ganhou destaque em todo o mundo, incluindo o Brasil, especialmente entre os engenheiros. Eventos sísmicos como esse, despertam a atenção de profissionais que trabalham na área da engenharia estrutural, pois podem causar consequências graves para as edificações, além de perdas humanas e econômicas significativas. E no Brasil, será que haveria a necessidade de preocupação com terremotos ou ventos de alta velocidade? Antes de responder a essa pergunta, é importante explorar um pouco mais sobre o assunto. Nesse primeiro texto, será abordado a ação do Vento, sendo este uma das portas de entrada para a compreensão do comportamento dinâmico das estruturas. O Vento A disciplina que trata de ações que produzem vibrações nas estruturas é denominada de Análise Dinâmica. Geralmente, este assunto não está inserido na grade curricular dos cursos de Engenharia Civil, sendo abordado em programas de pós-graduação. Conceitos Básicos da Dinâmica das Estruturas de Edifícios Um problema de dinâmica estrutural difere de seu equivalente estático em dois importantes aspectos: o primeiro é a variação temporal, isto é, o carregamento e a resposta dinâmica variam com o tempo, o segundo trata-se do surgimento de forças inerciais, associadas às acelerações, forças de dissipação, usualmente associadas às velocidades.  As equações de movimento de um sistema podem ser obtidas utilizando o princípio de D’Alambert, que estabelece um equilíbrio dos esforços resistentes, de inércia, de amortecimento e do esforço externo aplicado para os graus de liberdade da estrutura. As equações diferencias do movimento são: Nota-se que a parcela estática ensinada na graduação em engenharia civil é; ku=F, sendo “F” as forças externas estáticas. Para resolver o sistema de equações diferenciais supramencionado emprega-se o modelo massa-mola, conforme a figura abaixo: que faz analogia ao sistema estrutural: A resolução dessa

Saiba Mais »

Técnica de injeção de fissuras

Em virtude da última postagem, recebi muitas mensagens pelo direct solicitando maiores explicações sobre a tecnologia de injeção de fissuras nas estruturas de concreto armado. Então, farei esta postagem pra explicar um pouco melhor.   A técnica consiste basicamente em se aplicar os bicos de injeção, ora em furos realizados com brocas de diâmetro específico, ora aderidos sobre a superfície do concreto, espaçados estrategicamente no caminho (path) da fissura; vedar a fissura ou quaisquer outros vazios que possam estar conectados com as fissuras na região entre bicos (ou próximos deles) com uma resina tixotrópica, geralmente a epoxídica; aplicar (injetar) nos bicos, uma resina mais fluida, ou até materiais inorgânicos; escolher uma direção de aplicação mais adequada ao material adotado e mais adequada em função do grau de preenchimento da fissura que se deseje. (a) (b) (c) Fig. 1 – Detalhe da sequência de atividades (a) realização dos furos; (b) aplicação dos bicos de perfuração; (c) colmatação das fissuras com resina tixotrópica   Existem duas situações gerais em que a injeção é adotada como forma de recuperação. A primeira ocorre quando é necessário colmatar uma fissura que esteja submetida a um fluxo de algum fluido, ou esteja na possibilidade de ocorrer (em muros de arrimo ou contenções em contato com água). Nessas situações, é mais indicado a utilização de selantes como material de injeção, as resinas acrílicas e poliuretânicas e/ou a resinas poliuretânicas hidro expansivas. Caso o fluxo seja atual e contínuo, primeiramente, injeta-se a resina hidro expansiva e depois o selante de poliuretano. Nessas situações as fissuras podem possuir causa ainda ativa, ou seja, fissuras cuja causa ainda não foi sanada. Na segunda situação, o objetivo é reestabelecer a monoliticidade do elemento estrutural, de modo que as transferência de carregamento ocorra normalmente e a rigidez do elemento estrutural seja reestabelecida.

Saiba Mais »