Atualmente, com um processo de metropolização e uma necessidade crescente de otimização dos espaços, as edificações tiveram que se adequar rapidamente a essa nova realidade. Logo, questões relativos a “espaços” vêm se tornando grandes obstáculos a serem vencidos na construção de empreendimentos. Em algumas cidades litorâneas, como João Pessoa – PB, edificações com cerca de 500 metros do mar, estão submetidas a um gabarito, isto é, possuem limitação na quantidade de pavimentos. Atrelado a isso, existe uma outra barreira: o equacionamento das vagas de estacionamento.
Neste contexto, uma das formas de viabilizar empreendimentos em regiões localizadas neste gabarito, seria a adoção de mais um pavimento no subsolo. Para isso, faz necessário construir sobre a pressão da água do lençol freático, que pode chegar a cerca 5,5tf/m², sendo aproximadamente 14 vezes maior que o carregamento de uma laje de estacionamento.
Figura 1 – Maquete eletrônica da arquitetura (Shopping Pirâmide)
A integração entre as disciplinas da engenharia foi fundamental para o desenvolvimento do projeto. Levou-se em consideração todas as etapas construtivas na analise do modelo, que foi realizada com o auxílio do sistema CAD/TQS. Antes de tudo, foram realizadas as sondagens em vários períodos do ano, para saber qual era a altura do nível da água, com o objetivo de determinar com mais consistência o carregamento de empuxo. Com base nisso, realizou-se uma estimativa da quantidade de água que seria necessária para rebaixar o lençol, e as consequências na vizinhança em torno do empreendimento.
De posse dos dados, começou o processo de desenvolvimento do projeto pelo dimensionamento das contenções.
Como o rebaixamento do lençol dessa magnitude representaria um custo significativo para o empreendimento, a definição de quando desliga-lo, seria algo relevante. Para isso, foram realizadas diversas análises no modelo, considerando as etapas construtivas para encontrar o equilíbrio do peso da estrutura e empuxo de água. Daí, definiu-se até qual pavimento executado o rebaixamento poderia ser desligado.
Em seguida, partiu para o dimensionado da parede diafragma, levando em consideração a variação da altura da lâmina d’água. Passou então para as fundações, onde optou-se por blocos de coroamento sobre estacas, e finalmente o dimensionamento da laje radier. Daí, realizou-se a análise da estrutura em conjunto com a laje de subpressão, sempre avaliando a variação do nível do lençol, haja vista, que o prédio seria “levantado”, e que isso camuflaria os resultados, caso não fosse analise corretamente.
Por fim, foi analisado as questões de variação térmica, já que uma junta na laje significaria uma ponto vulnerável de infiltração. Esta análise seria até a construção da primeira laje, pois, daí por diante, haveria uma variação térmica pequena. Para solucionar este problema, o consultor de tecnologia dos materiais (www.fabiogionvanni.com.br) adicionou aditivos no concreto, no qual tamparia possíveis fissuras de retração.
Relacionado ainda a tecnologia dos materiais, foram efetuadas várias análises de comportamento (resistência característica a compressão, módulo de elasticidade e coeficiente de poisson), haja vista, que o concreto adotado seria auto adensável com elevada resistência, sendo esse material não comumente utilizado em obras convencionais.
Por fim, o nosso projeto estrutural foi submetido a uma avaliação técnica da SIS Engenharia
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Paradigma quebrado! Primeiro projeto estrutural com pavimentos submersos na cidade de João Pessoa – PB.
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