A fundação é o meio através do qual as cargas do edifício são transferidas da superestrutura para o solo e sua deformação é transferida para a superestrutura. No entanto, é essencial que o engenheiro estrutural e o geotécnico trabalhem de forma colaborativa, pois por via de processo interativo chega-se há uma compatibilidade entre o carregamento estrutural e as deformações das fundações.
Atualmente, um dos principais questionamentos na elaboração de projetos integrados e colaborativos no que tange a estrutura é a definição do limite de responsabilidades e atribuições do engenheiro geotécnico no projeto estrutural.
É importante destacar que a caracterização do solo é uma das principais competências do engenheiro geotécnico. As informações vinda da caracterização do solo são utilizadas como dados de entrada nos programas computacionais ou em simples rotinas de cálculo para a determinação, principalmente, das deformações e capacidade de carga do solo ou das estacas.
Para ilustrar de forma mais contundente, pode-se observar a Figura 1, onde existem duas caracterizações de solos nas 3$^a$ e 4$^a$ linhas da coluna da classificação do material que possuem valores definidos em um intervalo (de pouco compacta a medianamente compacta, 3$^a$ linha e de medianamente compacta a compacta, na 4$^a$ linha). Para determinar, por exemplo, o módulo de elasticidade, é necessário um único valor como dado de entrada.
Para o módulo de elasticidade supracitado, definido e classificação para cada tipo de solo (vide Figura 2), não há um número que represente um intervalo. Portanto, surge o seguinte questionamento: qual dos dois valores será utilizado? Pode-se conjecturar que a favor da segurança utilize-se o menor valor do módulo. Mas, se o solo estiver com uma tendência de ganho de resistência, poder-se-ia utilizar a classificação que fornecesse o maior valor do módulo de elasticidade? Essa resposta é claramente de competência do engenheiro geotécnico.
0 comentários