Tradicionalmente, as fundações utilizadas na construção civil são sapatas apoiadas diretamente no solo ou blocos sobre estacas. No caso dos blocos sobre estacas, os cálculos das fundações levam em consideração apenas a capacidade de carga das estacas, desprezando a contribuição devida ao contato do elemento estrutural de coroamento. Quando se considera a contribuição de um elemento superficial de fundação na capacidade de carga, simultaneamente com as estacas, tem-se o que se denomina-se de radier estaqueado (Jornal da Unicamp, 2016). Neste caso, o radier apoiado sobre o solo recebe o suporte tanto das estacas como do terreno. Mesmo não sendo um tipo de fundação comumente utilizado, o radier estaqueado pode-se ser tornar uma solução bastante adequada para determinados tipos de solos e de edificações, a exemplo de edifícios em alvenaria estrutural ou Parede de concreto.
Contudo, se esses edifícios tiverem uma quantidade considerável de pavimentos a espessura que a laje deveria ter para que haja “pequenas” deformações, seria elevada, o que poderia tornar o empreendimento inviável, devido ao consumo elevados de materiais.
Para viabilizar esse tipo de solução, pode-se utilizar a protensão no radier estaqueado, diminuindo assim, sua espessura, o tornando viável em termos de quantidades de materiais.
Exemplo disso, pode-se citar o condomínio Vida Feliz em Aracajú/SE, edifício de térreo + oito pavimentos Tipo (vide foto de capa do artigo)
De acordo com o perfil do solo (Figura 2) observou-se sua baixa capacidade resistente. De posse dos carregamentos provenientes da superestrutura, modelou-se no sistema CAD/TQS o radier estaqueado, inicialmente sem a protensão, para avaliar qual seria os deformações na laje. Observou-se que as flechas na laje atendia aos critérios de estabelecidos na NBR6118 (2014) no que tange a estrutura, porém, ao se verificar a alvenaria, a flecha limite excedeu o valor em mais de 25%.
Modelando-se os espaços entre as estacas como apoios de baixa rigidez, observou-se, qual parcela de carga da edificação poderia ser absorvida pelo solo. Por fim, foram inseridos os cabos de protensão. Houve, então, um processo iterativo, haja vista, que a protensão, diminuiu a parcela de carga absorvida pelo solo.
Depois das verificação das tensões, armaduras ativas e passivas, analisou-se as flechas nas lajes (vide Figura 7), no qual chegou-se a valores bem menores que o limite estabelecidos na NBR6118 (2014).
No entanto, como a análise só da estrutura não seria suficiente para garantir a integridade do conjunto (fundação + estrutura), foi verificado se as flechas nas lajes atenderiam aos limites impostos à alvenaria.
Como mostra a Figura 6, todos os limites. tanto de flechas, como de rotação foram verificados e atendidos.
Para este estudo de caso, o radier estaqueado mostrou-se bastante viável comparando-se com a solução em blocos sobre estacas com vigas baldrame.
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