Quando considerar o vento e desaprumo atuando juntos em estruturas de concreto

por | 10 mar, 2024 | Engenharia Estrutural

De acordo com o item 11.3.3.4.1 da ABNT NBR 6118:2023, as considerações das ações de vento e desaprumo devem ser realizadas com as seguintes possibilidades:

  • Quando 30% da ação do vento for maior que a ação do desapruno, considera-se somente a ação do vento;
  • Quando a ação do vento for inferior a 30% da ação do desaprumo, considera-se somente o desaprumo;
  • Nos demais casos, admiti-se ambas atuando na mesma direção;
  • O desaprumo não precisa ser considerado para os estados limites de serviço.

Para que se tenha uma boa compreensão da magnitude dos esforços causados pelo vento e desaprumo, foi realizado um estudo em um edifício residencial de concreto com térreo mais três pavimentos.

Perspectiva estrutural do edifício

A análise da estrutura foi realizada no Sistema CAD/TQS v24, considerando o modelo IV1, já que ao considerar vento e desaprumo atuando juntos na mesma direção, o sistema não permite a Adoção do modelo VI2.

Inicialmente, vou verificado os deslocamentos da estrutura em relação ao vento e desaprumo, quando estes atuam de maneira isolada.

Deslocamento horizontal da estrutura (os gráficos estão na mesma escala)

Através das deformadas mostradas na figura acima, os deslocamentos provocados pela ação do vento foram maiores dos que os provocados pelo desaprumo, na estrutura.

Gráficos dos momentos fletores na estrutura (os gráficos estão na mesma escala)

Em relação aos esforços, pode-se notar que o vento produziu momentos maiores na base da estrutura, enquanto o desaprumo produziu momentos maiores no topo da estutura.

Então, para esse estudo, pode-se concluir que o vento e desaprumo deve ser utilizados concumitantemente na estrutura para o dimensionamento (ELU3) dos elementos estruturais, vigas e pilares.

  1. Neste modelo o pórtico espacial será composto por apenas barras que simulam as vigas e pilares da estrutura. ↩︎
  2. Neste modelo o pórtico espacial será composto por apenas barras que simulam as vigas, pilares e lajes da estrutura. ↩︎
  3. Estado limite ultimo. ↩︎
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Flávio Roberto

Graduado em ENGENHARIA CIVIL pela UFPB (2004), Mestrado na UFPE (2006), Pós graduado pelo INBEC (2010) em Estruturas de Concreto e Fundações. Atualmente é calculista e proprietário da FRX Engenharia e Fundador do Portal Estruturas Online, atuando na área de Edifícios Altos, Análise Dinâmica, Conforto Humano, Protensão e Alvenaria Estrutural.

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